Federação Baiana de Basquete

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Denúncia da Veja está mais para fofoca do que para matéria investigativa

Microblog do ministro Orlando Silva ontem (17)

Acabei de ler a matéria do jornalista Rodrigo Rangel da revista Veja pensando se tratar de uma denúncia  séria e coesa com documentos, cópias de fax e imagens comprobatórias. Porém,  para a minha desilusão, o que encontrei foi a tentativa de manchar a imagem de um ministro baiano, que há 4 anos está à frente do Esporte. Como é que um jornalista de uma revista com o respaldo da Veja desenvolve uma reportagem de capa, baseada apenas, em declarações?

Segundo o denunciante, um individuo com prenome João Dias “tinha que dar até 20% no ato de liberação da verba do Ministério (...)”. O jornalista pergunta “O Sr deu dinheiro ao esquema?” “Não. Exigiram pagamento antecipado a um escritório indicado por eles”, responde o denunciante. Pergunto: se exigiram um pagamento antecipado para liberar o programa como é que ele não pagou e o Segundo Tempo foi liberado? Alguém aí está se contradizendo: pagou ou não pagou? Se pagou também faz parte “do esquema” como pergunta o jornalista Rodrigo Rangel.

“Na eleição de 2006 tinha mais de um milhão de reais em uma das contas que tinha sobrado e estava em trâmite para ser devolvido à União”, declara João Dias. Pelo amor de Deus! Como é que sobra tanta grana de um núcleo do Segundo Tempo? Alguém me explique. Vocês tem idéia do rigoroso controle que o Ministério do Esporte realiza em cada núcleo? Como é que o mágico João Dias fez para que sobre um milhão de um programa que não costuma liberar mais do que isso para cada núcleo? Essa história esta muito, mas, muito mal contada. “(...) para ser devolvido à União”. Mas é uma alma boa esse João Dias. Um doce de coco, amigos! Percebeu que tinha um milhão sobrando e iria devolver. Estou até imaginando a próxima matéria da Veja querendo lançar o tal de João para Nobel da Paz.

Trecho da matéria (clique na imagem)
Em outro trecho da matéria, Rodrigo Rangel relata: “O policial chegou a ir fardado ao ministério ‘para cobrar solução, sob pena de contar tudo”. Aí nem preciso dizer o que é: AMEAÇA! Se ele sabe de alguma coisa irregular o certo é denunciar e ponto final, não precisa ameaçar ninguém. Como autoridade que ele é basta se dirigir ao órgão competente e denunciar os envolvidos.

E o mais absurdo da matéria: “Ele (o denunciante) procurou pessoalmente o Secretário Nacional de Esporte Educacional, João Filgueira, para tirar satisfação (...) fui lá armado e dei pancadas nele. Dei várias coronhadas e ainda virei a mesa encima dele”. Bravo, João! Não satisfeito em ameaçar, fardado, gestores públicos, o Sr ainda agrediu fisicamente um funcionário do governo. Parabéns professor, todo um exemplo para a garotada da sua ONG.

Não conformado com o triste material exposto tentando denegrir a imagem do competente baiano de Salvador, Orlando Silva, o jornalista Rodrigo Rangel, o dono da verdade, julga o ministro como culpado no trecho final: “a polícia e o Ministério Público tem uma excelente oportunidade para esclarecer o que se passava no terceiro tempo do Ministério do Esporte. As testemunhas, como se viu, estão prontas para entrar em campo”.


Rodrigo Rangel merece o Pulitzer por tamanha investigação. Incrível como uma revista com a tiragem da Veja permite a publicação desta matéria parcial e pesada, baseada apenas no depoimento de um sujeito.



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