Indo na contramão dos últimos 25 anos de basquetebol, Ruben Magnano conseguiu inserir um pouco de sangue nos atletas brasileiros. Tempo não que não via um time brazuca marcar tanto e tão bem como este e tempo não vejo um armador tão bom quanto este Huertas de hoje que já se converteu no maior pesadelo de Pablo Prigioni há uns 5 anos, desde que se enfrentam na Espanha e no mundo FIBA ou como diria meu amigo David: "Huertas botou uma coleira em Prigioni e levou pra passear". Magnano é tão coerente que deixou Nezinho sentado no banco. Vou pontuar algumas coisas que enxerguei neste jogaaaaaaaço:
1 – Espero Marcelinho Machado seja o último esboço do basquetebol “correr e chutar” do Brasil vindo da geração de Marcel e Oscar (estilo ridículo que se prolongou depois da onda Iverson / And1). A estrela do Flamengo saiu do jogo zerado! Comento direto com os amigos que se Michael Jordan jogasse hoje em dia faria 80 todo jogo e vendo Marcelinho na NBB continuo na mesma: hoje em dia marcasse falta demais! A ordem dos árbitros no Brasil é para o basquete ficar parecido com o vôlei e ser mais um esporte de menina... só pode!
2 – Alex se perdeu no ataque e quase estraga o bom trabalho defensivo que estava fazendo. Mesmo assim, não vejo no Brasil hoje um cara com tanto vigor físico e disposição para marcar atletas mais altos. Mesmo Ginóbili (12 centímetros mais alto) fazendo 14 pontos, o ala de Brasília marcou muito.
3 – No duelo Splitter x Scola o melhor foi... Rafael Hettsheimer! A recente contratação do Flamengo teve, acredito, o seu melhor jogo até então aos olhos de scouters da NBA. Melhorando o arremesso do perímetro e fundamentos de passe será em breve o melhor pivô nacional, tanto que Splitter ficou quase 30 minutos vendo ele jogar. Falando de pivô, vejam como o “anti-jogo” de Ruben Magnano funcionou à perfeição: o melhor atleta argentino e cestinha da competição, Luis Scola, recebeu forte marcação de 4 atletas do Brasil se revezando para desgastar ele. Scola apanhou desde o começo até o fim onde no desespero de tanto apanhar acabou fazendo a quinta falta encima do próprio Rafael.
4 – Como eu já disse, Marcelinho Huertas mostrou ser o melhor armador do mundo FIBA hoje e, se terminar o lock-out da NBA, seria a solução de muitas equipes da NBA. Lembro agora da última final da NBA onde Lebron tinha que armar o jogo para ele mesmo porque não tinha ninguém para arrumar a casa (Bibby me lembra muito Nezinho).
5 – Brasil mostrou ter reservas à altura das circunstâncias: Guilherme, Rafael e até o Marquinhos foram melhores do que os 5 reservas argentinos. Só o Kammerich com raça e determinação mostrou ser o único recambio para Nocioni.
6 – A forma de disputa desta competição é uma estupidez do tamanho do mundo! Como é possível atletas em pré-temporada na Europa, NBA e América do Sul, serem submetidos a 10 jogos em 12 dias, pelo amor do meu bom Alah? É competição organizada pela FUBE? É os Jogos Abertos do Interior? Uma esculhambação! Sabendo que tem 4 equipes que se destacam do resto poderia ser disputado em dois grupos e uma final estilo NCAA, ou seja “Final Four”. Com certeza iria ser mais emocionante e iria chamar mais a atenção da TV aqui no Brasil pois com esta forma de disputa uma vitória desta como a de hoje do Brasil não significa nada se perder na semi-final no sábado.
.
Um comentário:
Mathias, concordo muito com as suas analises, só discordo do que diz respeito do Tiago Splitter, acho que estamos vivenciando duas ondas: uma de otimismo e outra de pessismismo (que pode ser chamada tb "esquecimento") com relação aos nossos pivôs, quanto ao Rafael, esse otimismo eh muito bom pq enche um garoto talentoso de moral e faz com que o Brasil ganhe mais uma opção de garrafão, sobretudo considerando a ausência do yankee Nene Hilário... Já a onda de pessimismo/esquecimento vale pro Splitter, quem eu considero um monstro, inclusive o melhor jogador da seleção nos últimos anos. As pessoas tão esquecendo do valor desse jogador devido a uma recente má fase.
Pra terminar, o Rafael nao foi do flamengo nao, quem foi pro Flamengo eh o (bom) pivô reserva Caio Torres... o Rafael joga a alguns anos na Espanha, titular e um dos capitães do seu time.
Abraço e parabens pelo comentário coerente (mesmo com a cabeça inchada após a pancada de ontem hehehe)
Pedro Trindade
Postar um comentário