Federação Baiana de Basquete

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Brasil dá aula de basquete



Indo na contramão dos últimos 25 anos de basquetebol, Ruben Magnano conseguiu inserir um pouco de sangue nos atletas brasileiros. Tempo não que não via um time brazuca marcar tanto e tão bem como este e tempo não vejo um armador tão bom quanto este Huertas de hoje que já se converteu no maior pesadelo de Pablo Prigioni há uns 5 anos, desde que se enfrentam na Espanha e no mundo FIBA ou como diria meu amigo David: "Huertas botou uma coleira em Prigioni e levou pra passear". Magnano é tão coerente que deixou Nezinho sentado no banco. Vou pontuar algumas coisas que enxerguei neste jogaaaaaaaço:

1 – Espero Marcelinho Machado seja o último esboço do basquetebol “correr e chutar” do Brasil vindo da geração de Marcel e Oscar (estilo ridículo que se prolongou depois da onda Iverson / And1). A estrela do Flamengo saiu do jogo zerado! Comento direto com os amigos que se Michael Jordan jogasse hoje em dia faria 80 todo jogo e vendo Marcelinho na NBB continuo na mesma: hoje em dia marcasse falta demais! A ordem dos árbitros no Brasil é para o basquete ficar parecido com o vôlei e ser mais um esporte de menina... só pode!

2 – Alex se perdeu no ataque e quase estraga o bom trabalho defensivo que estava fazendo. Mesmo assim, não vejo no Brasil hoje um cara com tanto vigor físico e disposição para marcar atletas mais altos. Mesmo Ginóbili (12 centímetros mais alto) fazendo 14 pontos, o ala de Brasília marcou muito.

3 – No duelo Splitter x Scola o melhor foi... Rafael Hettsheimer! A recente contratação do Flamengo teve, acredito, o seu melhor jogo até então aos olhos de scouters da NBA. Melhorando o arremesso do perímetro e fundamentos de passe será em breve o melhor pivô nacional, tanto que Splitter ficou quase 30 minutos vendo ele jogar. Falando de pivô, vejam como o “anti-jogo” de Ruben Magnano funcionou à perfeição: o melhor atleta argentino e cestinha da competição, Luis Scola, recebeu forte marcação de 4 atletas do Brasil se revezando para desgastar ele. Scola apanhou desde o começo até o fim onde no desespero de tanto apanhar acabou fazendo a quinta falta encima do próprio Rafael.

4 – Como eu já disse, Marcelinho Huertas mostrou ser o melhor armador do mundo FIBA hoje e, se terminar o lock-out da NBA, seria a solução de muitas equipes da NBA. Lembro agora da última final da NBA onde Lebron tinha que armar o jogo para ele mesmo porque não tinha ninguém para arrumar a casa (Bibby me lembra muito Nezinho).

5 – Brasil mostrou ter reservas à altura das circunstâncias: Guilherme, Rafael e até o Marquinhos foram melhores do que os 5 reservas argentinos. Só o Kammerich com raça e determinação mostrou ser o único recambio para Nocioni.

6 – A forma de disputa desta competição é uma estupidez do tamanho do mundo! Como é possível atletas em pré-temporada na Europa, NBA e América do Sul, serem submetidos a 10 jogos em 12 dias, pelo amor do meu bom Alah? É competição organizada pela FUBE? É os Jogos Abertos do Interior? Uma esculhambação! Sabendo que tem 4 equipes que se destacam do resto poderia ser disputado em dois grupos e uma final estilo NCAA, ou seja “Final Four”. Com certeza iria ser mais emocionante e iria chamar mais a atenção da TV aqui no Brasil pois com esta forma de disputa uma vitória desta como a de hoje do Brasil não significa nada se perder na semi-final no sábado. 





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Um comentário:

Pedro Trindade disse...

Mathias, concordo muito com as suas analises, só discordo do que diz respeito do Tiago Splitter, acho que estamos vivenciando duas ondas: uma de otimismo e outra de pessismismo (que pode ser chamada tb "esquecimento") com relação aos nossos pivôs, quanto ao Rafael, esse otimismo eh muito bom pq enche um garoto talentoso de moral e faz com que o Brasil ganhe mais uma opção de garrafão, sobretudo considerando a ausência do yankee Nene Hilário... Já a onda de pessimismo/esquecimento vale pro Splitter, quem eu considero um monstro, inclusive o melhor jogador da seleção nos últimos anos. As pessoas tão esquecendo do valor desse jogador devido a uma recente má fase.

Pra terminar, o Rafael nao foi do flamengo nao, quem foi pro Flamengo eh o (bom) pivô reserva Caio Torres... o Rafael joga a alguns anos na Espanha, titular e um dos capitães do seu time.

Abraço e parabens pelo comentário coerente (mesmo com a cabeça inchada após a pancada de ontem hehehe)

Pedro Trindade