Federação Baiana de Basquete

domingo, 11 de setembro de 2011

Foi justo e necessário por Carlos Montaña

Sábado cheio de emoções como nunca vi. Noite regada a vinho e champagne como na belle époque dos grandes embates latino-americanos porém sem tanta libertinagem. Sei que Ernesto Guevara, José Marti y Simón Bolivar estão emocionados lá encima. Nosso Brasil fez o que tinha que fazer. Nosso Brasil foi objetivo. Nosso Brasil foi preciso. Nosso Brasil foi humano.  

Brazucas disputaram o match buscando onstantemente o colega melhor posicionado... marcando de forma agressiva. 

Coach Magnano teve problemas para conter os 3 heavy-weights panamenhos porém conseguiu levar os pontos que tinha que levar com certa brecha mesmo que, no finalzinho do embate, deixe algumas dúvidas a partir de decisões (discutíveis) da arbitragem hispana.

O scratch brazuca entrou com o sangue nos olhos, mais agressivo do que nunca, numa pressing man-to-man 3/4 durante os 40 minutos de jogo. Jogada arriscada que no final deu certo pois, mesmo com todos os players pendurados por faltas, a molecada do banco respondeu à altura. Espero um dia a imprensa local reconheça o valor do ala Machado quem nunca se negou a disputar um championship sequer vestindo a amarelinha e ontem fez o melhor jogo da vida dele.



Queria ser partícipe da preleção do cordobés Magnano. Queria ter ouvido suas palavras. Queria ser testemunha do seu olhar penetrante. Queria observar o movimento do seu bigode a cada grito. “As portas da glória estão abertas para as pessoas que acreditam em si mesmas”, teria dito antes do jogo. Muita vontade esse rapaz, aluno dos borícuas Flor Melendez e Vulcan Sanchez, assassino de ilusões americanas de Lebron, Iverson, Carmelo e Duncan. Orgulho latino!


1974 - Arquibancada do ginásio Angel Espada (Bayamón), scouting para o mestre Flor
 
Comparto a mesma dúvida dos colegas comentarista da Fox: porque o Brasil não joga de amarelo (ou azul)? Porque esses piratas do norte, fantasiados de Nike, querem impor a tudo custo suas ideologias New Deal? Se Gétulio estivesse vivo... 

 No jogo da Argentina confesso meu vudu encima dos melhores atletas de Lamas, porém a mágica negra deste velho borícua não deu certo, mesmo o time do meu ex-patrão Flor Melendez ter jogado muito. A defesa argentina dependeu muito da raça embaixo do aro, Oberto e Kammerichs fundamentais dando um stop do jogo pesado de Santiago e Balkman que desta vez parece não ter fumado ópio antes do jogo. Detalhes não jogaram a favor de Porto Rico e o conjunto da Ilha perdeu a oportunidade de calar um ginásio inteiro em plena “Ciudad Feliz”.


O esquema de jogo do velho Flor girou em torno dos playmakers argentinos: Prigioni e Pepe Sanchez, quando o primeiro estava em quadra, Porto Rico marcava uma match-up cuidando o arremesso além dos 6 metros. Quando Pepe armava a parada os borícuas viravam numa 2-3 liberando ações do armador platino. Notei Julio Lamas um pouco quanto limitado e nervoso em relação ao mestre Flor. No lugar dele arriscava com um quinteto alto com Ginóbili levando a laranja e dois alas abertos, o jogo era de contato e Argentina conta com gente forte e experiente. Mesmo assim o time de Ginóbili, Prigioni e Sacola (que anotaram 80% dos pontos da equipe) venceram o match e carimbaram sua passagem a Londres. 

Enhorabuena!

Carlos Montaña de la Serna 






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